segunda-feira, 26 de julho de 2010

Capítulo 60...


Como já disse em inúmeros capítulos... TEM COISAS QUE SÓ O PANAMÁ MESMO!
Quando vou buscar meu esposo no trabalho, tenho dois caminhos que posso ir: ou uma via expressa que se chama Corredor Sur ou por Panamá Viejo.
Ambos os caminhos sao divinamente belos! O primeiro, é uma via que passa por cima do Oceano Pacífico onde pode-se ver os pelicanos e outros pássaros voando por cima do seu carro. Já o segundo, é um local mais histórico, onde há as ruínas da antiga cidade do Panamá. É uma mistura de história, cultura e cotidiano urbano. Esse é o mais longo, mas gosto de passar por ali mesmo assim.
Algumas vezes vou por Panamá Viejo e fico olhando as pessoas e figuras que passam por ali.
A rua é uma via de mao dupla e quando há muito transito, tudo praticamente pára.
Nessa minha busca de paciencia com o longo percurso, pensando na vida, comecei a observar uma coisa bem interessante!
Há um senhor, de mais ou menos seus 50 anos que com uma bicicleta azul bem antiga vai ganhando dinheiro sem pagar aluguel. Ele tem duas caixas (que eu acho que sao como térmicas) com tampas. Calma! Ñ vai pensando que o homem vende água ou refrigerante! Ele é mais audacioso! Ele vende SORVETE, ou "HELADO" como diz em espanhol!
É isso mesmo! Ele vende SOR-VE-TE. E ñ é de palito! É DE MASSA, como Mc Donald´s, sabe?
Ele fica na bicicleta olhando os carros passarem naquela enorme fila de espera e aí, basta um motorista ou passageiro levantar o dedo, dizendo a quantidade que quer, ele rapidamente pega a casquinha, abre a caixa e tira o sorvete que parece ser de creme, pela sua cor branquinha.
Entao o senhor arruma a bola de sorvete e leva até o carro. Ainda é DELIVERY! Genial!
O sorvete custa U$0,35! Ainda ñ experimentei, mas da próxima vez que estiver no transito, vou me arriscar! Afinal, um monte de pessoas pede o sorvete. Ele tem clientela!
Está surgindo um empreendedor e da melhor maneira: Rápido, eficiente e barato!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Capítulo 59...



Difícil é ter que lidar com pessoas de uma cultura diferente da sua, voce percer que está sendo enganado e ñ saber quais sao os seus direitos! Pois é! Tive minha primeira "briga" com uma vendedora de uma loja aqui no Panamá!
Quem me conhece sabe que ñ sou uma pessoa de briga. Na verdade eu ñ gosto de nenhum tipo de exposicao, quanto menos um "barraco". Mas dessa vez,.... ñ deu pra segurar!
Comprei um cinto para o meu marido em uma loja de departamento que vende multimarcas. Entre elas, a do cinto. Era uma marca famosa. Gostei do modelo e levei.
Com 1 mes de uso, meu marido me liga em plena 15h e diz que do nada, o cinto quebrou! Soltou a parte de metal. Ah...ñ! Na hora eu vi a minha imagem amassando a notinha do cinto e jogando no lixo depois de 1 semana.
Como iríamos fazer? Ñ podia ficar por isso mesmo. O cinto nem foi barato e além do mais, era de marca!
Tivemos entao, a brilhante ideia de levar o cinto no Shopping mais próximo de casa, já que nesse Shopping tinha uma loja da própria marca. O caso era simples: dizer o que aconteceu com o cinto e pedir que o enviassem para a fábrica e arrumassem. Simples!
Inocencia a minha em pensar que seria assim...
Chegamos na loja e haviam duas mulheres. Uma era loira e parecia ser a gerente e a outra era uma mulher morena que pouco estava interessada em falar, quanto menos ajudar.
Encostamos no balcao e dissemos o que havía acontecido.
A gerente sem a mínima vontade de ajudar, dizia que deveríamos ter a nota da compra. Meu marido, inventou uma história dizendo que havia ganho de presente, sendo assim, ele ñ teria a nota.
Ñ contente com isso (Claro! Ela teria que se esforcar muito para pensar em uma solucao), a gerente pediu para que ligássemos pra quem havia nos dado o presente e perguntássemos onde a pessoa teria comprado para se certificar que havia sido lá mesmo.Nessa hora meu sangue já estava fervendo! Que diferenca fazia? Era a mesma marca! Onde já se viu que pra fazer uma troca, voce tem que ligar para a pessoa?
Bom, tentamos conversar, dissemos que ñ queríamos uma troca imediata. Que queríamos apenas que ela enviasse para a fábrica, comunicando o ocorrido. Mas mesmo assim a gerente olhava para o cinto, olhava para nós e balancava a cabeca dizendo que ñ poderia ajudar. Só se o cinto tivesse sido comprado lá.
Entao eu perguntei se havia algum tipo de número de telefone, para reclamacoes ao cliente. Obviamente ela disse que ñ havia número e que seria ela quem iria reclamar porque ela era da loja. Quase subindo no balcao e pegando o pescoco da mulher, eu falei que ñ iria reclamar dela, mas sim da marca.
Mas isso era só comeco, porque no meio dessa discussao, a inteligente gerente olha pra minha cara e diz :" Se voce ñ confia em mim, porque está deixando seu cinto aqui?" "O QUEEEEEE??" Aí sim eu quase dei uma de louca! Comecei a falar um monte em espanhol, em portugues,... disse que queria reivindicar meus direitos, que ia até chamar um advogado pra saber se eu estava certa e que se ela estivesse mentindo eu iria ficar extremamente brava com ela.
Meu marido saiu da loja, fingiu que ligou no celular, voltou na gerente e disse:" O cinto foi comprado aqui".
Sem saber o que fazer, já que eles ñ tem nenhum dado e controle desse tipo de coisa, a gerente pega o cinto, busca um papel, escreve o nome e o telefone do meu marido e diz que quando estivesse pronto, ela ligaria.
Nessa hora eu nem estava mais dnetro da loja! Tive que sair de tanta raiva!
Saímos no Shopping na certeza de que ficaríamos até o final do ano sem o cinto!
Depois de quase 1 semana,meu marido ligou pra loja. Atendeu uma outra mulher dizendo que podíamos ir buscar o cinto.
Acreditem que meu marido entrou na loja, se apresentou e uma vendedora falou que ele poderia escolher qualquer outro cinto da loja.
É BRINCADEIRA! Ficamos 1 semana sem o cinto, com o sangue fervendo sobre a discussao e era simplesmente pegar outro?
Tem coisas que só o Panamá mesmo!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Capítulo 58...


Pela primeira vez, recebi visita familiar aqui na minha casa! Minha mae e irmao vieram!
Foi o máximo! Além de matar a saudade deles, ainda me diverti até!
Imaginem só: quando eu cheguei aqui eu ñ falava uma palavrinha em espanhol e agora eu é quem tinha que ajudá-los a falar.
Como foi engracado!
Minha mae até tentava. Falava em portugues mesmo sem ter vergonha e a coitada da vendedora é quem tinha que descobrir, ou se ñ, eu é quem ia por trás e falava o que ela queria.
Já meu irmao, tinha bastante vergonha e queria porque queria que eu estivesse sempre ao lado pra "traduzir".
Ao longo dos dias, eles foram se acostumando. Minha mae arriscava um OBRIGADA = "GRACHIAS" ,dizia ela, e todos caíam na risada.
Meu irmao, ia nas mímicas e nas frases prontas que já estava acostumado a ouvir. Mas se o vendedor falasse algo que ñ estava em seu "script"... aí complicava e ele se fazia de entendido e ficava por isso mesmo.