segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Capítulo 64: SEXTA-FEIRA 13!


Ñ sou uma pessoa que acredita que a Sexta-feira 13 é um dia atípico e que devemos ter cuidado. Mas pela primeira vez em toda a minha vida, vivi um dia de SEXTA-FEIRA 13!
Estava em casa, no meu apartamento quando de repente...BUUUUMMMM! Uma explosao, com barulho de vidros despedacando e o prédio tremendo. Pode parecer brincadeira e até mesmo eu cheguei a duvidar que isso estaria passando comigo... mas foi verdade! Só me dei conta de que realmente o que senti havia ocorrido, ao olhar pela janela e ver meu vizinho debaixo também olhando para a rua buscando entender o que havia acontecido.
Aqui no Panamá cada apartamento possui uma "central a gás" que aquece a água, distriubui o gás para o fogao e etc. Pois é. É um perigo e todos sabem.
O que aconteceu, mediante boatos que ouvimos, foi que a moradora do quinto andar percebeu que algo estava errado com o gás e chamou a empresa responsável. Assim que eles chegaram, a moradora acendeu o aquecedor do apartamento (pode ter sido para mostrar o que achava estranho ou por ingenuidade também), que por estar com todas as janelas fechadas e o gás concentrado, fez tudo voar literalmente pelos ares! Houveram 6 ou 7 pessoas feriadas (eu cheguei a ver algumas bem queimadas).
Ñ sei como eu consegui raciocinar, pois no momento de todo esse ocorrido eu liguei para o meu marido, falei com a vizinha (que nunca tinha conversado), peguei minha bolsa, chave do carro, celular, fechei a casa e desci as escadas.
Na hora em que descia muita fumaca e um cheiro horrível fazia tudo parecer mais difícil e a única coisa que eu pensava era :" Ñ estou acreditando!". Conseguimos sair no prédio e já na rua haviam bombeiros, resgate, médicos, policias, a rua já estava isolada e muitos repórteres! Viramos notícia!
Fogo mesmo, quase ñ houve, mas o impacto da explosao foi bem grande e grave.
Parada do outro lado da rua, olhava as pessoas correndo, outras indignadas, gente humilde desconsolada, mulheres grávidas e pensava: assim como alegria em qualquer lugar do mundo também há desespero e dor. Somos todos iguais!
Tudo foi controlado e enquanto os bombeiros e outras empresas responsáveis pelo prédio, faziam as verificacoes de seguranca necessárias, fomos conhecendo vizinhos até liberarem para entramos em nossos apartamentos (subindo 22 andares pelas escadas!)
Hoje ainda tenho medo. Pode ser porque foi recente e mesmo sem a minha família por perto, tivemos que nos virar. Afinal, a vida segue e temos que agradecer por estarmos bem.
Agora é pensar no futuro, redobrar os cuidados e seguir em frente!

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

capítulo 63...


Uma das coisas mais interessantes que ocorre aqui no Panamá é a falta de comunicacao entre as pessoas.
Se o transito está um caos e quase os carros batem, dificilmente voce irá ver e ouvir uma pessoa xingando a outra. Porque o calor é tao infernal, que ninguém anda com os vidros abaixados.
Mas ñ somente isso, as pessoas ñ se comunicam por aqui.
Ñ sou uma pessoa tecnológica e quando cheguei aqui custei para entender o que as pessoas faziam com a cabeca baixa escrevendo em seus celulares o tempo todo! É o famoso BLACKBERRY...um fenomeno aqui no Panamá! Parece uma epidemia, misturada com um vício.
Quando voce vai no cinema, no Shopping, as pessoas que estao no ponto de onibus, na sala de espera do médico, fazendo compras no mercado, restaurantes, bares...todo mundo está com a cabeca baixa, mexendo nas minúsculas teclinhas de forma bem rápida.
Acho legal voce ter algo tecnológico e que te faz participar do mundo virtual em qualquer lugar que voce esteja, mas também penso no ser humano. Na pessoa que ñ vive só, que precisa se socializar, que precisa ter esse contato físico.
Será que estamos trocando a pessoa por objetos?
Será que estamos conseguindo substituir o calor humano por máquina?
Ou será que queremos omitir nossa verdadeira imagem e querer passar uma forma desejável para que os outros nos aceitem melhor?
E o tal de olho no olho? Ñ existe mais?
Facebook, orkut, twitter e blá, blá, blá.... será um novo vício?
Para se ter as respostas, precisa de tempo. Afinal, até uma certo tempo atrás, internet era apenas discada e no computador que ficava no quarto ou na sala. E a gente nem sentia tanta falta assim.
Os tempos mudaram e infelizmente os seres humanos também estao mudando. Isso me dá um pouco de medo. Confesso!

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Capítulo 62...


Alguém já viu algo assim?
Só o Panamá tem!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Capítulo 61...


Quando se vive em um outro país, depois de um certo tempo voce acaba achando um pouco mais normal o cotidiano.
A língua já ñ é mais uma incógnita, assim como as características das pessoas nativas, as roupas, os lugares,...as coisas passam a ser mais normais.
Mas há coisas que da mesma maneira que voce conheceu a meses atrás e tinha um conceito sobre isso, permanece da mesma forma, mesmo depois de tanta adaptacao!
Um delas é a "doidinha do farol"!
Na rua de casa há uma senhora que aparenta ser bem idosa, mas é uma das mulheres mais trabalhadoras que eu já vi no Panamá!
Dias de semana, finais de semana, a noite, de manha, a tarde, com chuva, com sol de 33 graus... lá está ela passando no meio dos carros com um punhado de rosas tentando vender, sempre com um sorriso no rosto. Mesmo quase ñ tendo nenhum dente e uma vida de muita luta, vejo essa mulher com bom humor!
Meu marido já comprou flores dela e temos sempre um grande problema: QUE LÍNGUA, OU MELHOR, QUE DIALETO ELA FALA? Pois, definitivamente ñ é espanhol!
Sabe quando voce ñ reconhece nenhuma palavra? É assim! Ela bate no vidro, mostra as flores e fala, fala, fala, fala,...ri, fala, fala, ri,.... e nós pra mostrarmos a nossa simpatia rimos tb e só balancamos a cabeca.
Um dia ainda vamos descobrir que essa senhora fica nos xingando toda vez que passamos por lá e nós sempre concordamos! Isso é que é o pior.
Porém, enquanto esse dia ñ chega, continuamos a concordar quando ela chega na janela do carro!